Teoria dos esquemas

Nas primeiras aulas do oitavo dia de curso, fui apresentado ao termo esquema e teoria dos esquemas. Esquemas são as formas com que nós organizamos as informações mentalmente, afetando a carga cognitiva aplicada à nossa memória de trabalho. A teoria dos esquemas diz que o aprendizado muda os esquemas que representam informações pré-concebidas, diminuindo assim a carga cognitiva.

Antes de dar um exemplo, é importante avisar que não se confunda teoria dos esquemas com terapia dos esquemas (método psicoterapêutico que relaciona comportamentos atuais com esquemas formados na infância). A teoria dos esquemas foi apresentada em 1977 pelo psicólogo da educação Richard C. Anderson na conferência Schooling and the Acquisition of Knowledge.

Como exemplo da teoria dos esquemas imagine alguém aprendendo a dirigir. Há diversos elementos desconhecidos no início do aprendizado e a pessoa deve separar essas informações em esquemas diferentes: controle de cada pedal, passagem de marcha nas posições corretas, giro do volante, retrovisores, etc. Agora imagine que ela realiza alguns treinos de passagem de marcha até que fique acostumada com aquilo. Dessa forma, ela pode organizar o uso do pedal de embreagem e a passagem de marcha em um esquema único, diminuindo a carga cognitiva. O mesmo ocorre com o giro do volante para determinada direção e o uso da seta correspondente. Uma vez que a pessoa se acostuma com todos os elementos envolvidos com o ato de dirigir, aquilo se torna natural e pode ser organizado até mesmo num único esquema. A sensação é aquela de fazer algo sem pensar, pois a carga cognitiva é mínima.

Montagem do plano de aprendizagem

Uma vez entendidos em detalhe os elementos que compõem um bom plano de aprendizado, é hora de montá-lo. A montagem de um plano para um assunto que você consegue correlacionar com o que já sabe é simples, bastando seguir o conteúdo das aulas anteriores, definindo objetivo, ajustando a expectativa, listando e classificando as teorias, organizando as práticas e planejando as formas de receber feedback. O desafio acontece quando precisamos montar um plano para algo que só ouvimos falar e não temos referência alguma ou quando o assunto não tem uma fonte da verdade bem definida.

Para montar um plano de aprendizagem para algo que não conhecemos, precisamos organizar um estudo exploratório, sem tanto critério, mas em um volume suficiente para que o autofeedback indique que já tenhamos certa segurança para definir um objetivo. Nesse momento, o ideal é tentarmos explicar o que entendemos do assunto para alguém que já conheça dele e assim recebamos um feedback mais confiável. Caso o feedback seja positivo, a exploração pode cessar e a montagem do plano ser completada normalmente.

Amanhã falarei sobre a montagem do plano no caso em que o assunto não tem uma fonte da verdade bem definida. Até lá!